O National Geographic Brasil publicou reportagem especial destacando iniciativas que aliam desenvolvimento econômico e preservação ambiental, e que têm potencial para superar atividades ilegais e predatórias e ainda contribuem para a preservação da floresta. Uma iniciativa que ganhou destaque foi o estudo Preços de Produtos da Floresta: uma década de pesquisa e divulgação, publicado em maio pelo Imazon. De 2009 a 2018, o instituto monitorou 80 produtos florestais não madeireiros (PFNMs) em quatro cidades – Belém, Breves e Gurupá, no Pará, e Santana, no Amapá. Os preços dos produtos são divulgados semanalmente.

Destacaram-se os derivados do açaí, buriti, castanha-do-pará, cupuaçu, mel de abelha, andiroba, copaíba e pupunha. O Imazon constatou alta nos preços e na frequência com que eram encontrados no mercado. Entretanto, pesquisadores consideram que a diversidade de produtos ainda é pequena e a adesão do consumidor é baixa.

A economia dos PFNMs ainda representa apenas 0,02% do Produto Interno Bruto brasileiro, com R$ 1,5 bilhão ao ano. O Pará é responsável por aproximadamente 31% da produção, de acordo com o IBGE. Em Belém, o estudo do Imazon identificou uma receita bruta de R$ 1,054 bilhão acumulada em dez anos. Do valor, 89% corresponde ao açaí, 6,1% à castanha-do-pará e 4,1% à pupunha. Como apenas o açaí é calculado pelo indicador oficial da inflação, o IPCA, o instituto criou um índice próprio, o IPFNM. A valorização dos preços analisados na última década foi de 128%, ou 12,8% ao ano.

“A floresta é muito heterogênea, então a sobrevivência e a economia devem ser plurais. Uma comunidade não vai viver bem só do açaí”, analisa Andréia Pinto, bióloga, pesquisadora adjunta do Imazon e doutora em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade Federal do Pará. “O policultivo é mais seguro tanto para equilibrar a renda do produtor, quanto para manter a capacidade de renovação das próprias espécies naturais da floresta.”

Para aumentar a regularidade e o alcance dos produtos florestais, o relatório do Imazon recomendou “o fomento às frentes de abastecimento; manejo dos estoques naturais, cultivo em sistemas agroflorestais, adoção de boas práticas de manipulação e estocagem; controle de pragas e doenças e uso de tecnologias de irrigação; e modernização da logística de produção e distribuição”.

Leia a reportagem completa aqui.

Clique aqui e confira o estudo Preços da Floresta: uma década de pesquisa e divulgação.

Veja aqui a tabela com os preços dos produtos da floresta atualizados semanalmente.


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